Paulo Ralha, assessor do grupo parlamentar do Chega e o Nº 1 de lista por Coimbra a deputados do partido de André Ventura nas últimas eleições legislativas, diz que não lhe repugnaria ir à Festa do Avante e critica a capa do jornal i “nada me repugna mais do que este tipo de processos de intenção político-moralista”.
O ex-candidato do Bloco de Esquerda partilhou a capa do jornal na sua página e escreveu:
“Uma obra de arte não é um acto político, mesmo que ela não seja totalmente estranha à ideologia.”.
A composição gráfica (muito bem conseguida, aliás) que anima a primeira página do jornal “i” de sexta-feira trouxe-me à memória esta frase de Carlos da Fonseca na introdução ao livro “A arte e a Revolução” de Wagner.
Nunca fui à Festa do Avante (nunca se proporcionou e não me repugnaria a ir), mas nada me repugna mais do que este tipo de processos de intenção político-moralista.
Por mim nunca deixarei de ouvir e aplaudir (gostando, claro está!), Mão Morta, Vitorino ou qualquer outro grande artista ou grupo, só porque alguém (que tem direito à opinião, na mesma medida e com a mesma razão que qualquer um) os quer “colar” a um qualquer regime.
Processos de intenção deste tipo são o exemplo e o objeto manifesto daquilo que visam condenar. Ou seja, uma auto-sodomização ideológica!
Opinião diferente tem André Ventura, que publicou a mesma capa um dia antes:
É mesmo isso: o festival da vergonha. O PCP tem sangue nas mãos!
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Carlos Caramujo
Uma auto-sodomização ideológica? Quem fala no barco é porque quer embarcar.