André Ventura, Cheganos Oficiais, Inês Sousa Real

7 debates depois André Ventura venceu por “falta de comparência” e por ter deixado a “agressividade em casa”

7 debates de André Ventura, 6 derrotas e 1 vitória. No seu último debate o líder do Chega tinha à sua frente Inês Sousa Real e conseguiu finalmente vencer, mas há quem diga que foi por falta de comparência de líder da PAN e pelo facto de André Ventura ter baixado o tom, mudado de expressão e deixado a agressividade em casa.

João Vieira Pereira: Ines Sousa Real 4 – Andre Ventura 4

Um debate mais civilizado e equilibrado do que se poderia esperar. A recusa de Inês Sousa Real dizer quem admite apoiar no pós eleições, depois do pedido de noivado de António Costa, não se percebe. Até porque foi clara a apontar as suas linhas vermelhas e que estão no programa do PSD mas não apontou nenhuma que esteja no programa do PS. A insistência na questão ambiental, com recurso a demasiados termos técnicos, dificulta em muito a passagem da mensagem. E a recusa de responder sobre a questão do preço da eletricidade e dos combustíveis também não se compreende.
Já André Ventura escolheu insistir no proibicionismo do PAN, no elevado preço da eletricidade, dos combustíveis e nos impostos elevados, acusando o partido de Inês Sousa Real de ser também responsável por isso, por se ter colado ao PS. A mensagem passou. De resto nada de novo.

Paula Santos: André Ventura 5 – Inês Sousa Real 4

Foi um debate sem grandes surpresas onde a estratégia de Ventura se centrou em colar o PAN à governação do PS, por ter viabilizado os orçamentos socialistas e onde não perdeu a oportunidade de criticar a falta de clareza de Inês Sousa Real sobre a equidistância PS/PSD sugerindo, mais do que uma vez, que o PAN devia ir a votos coligado com o partido socialista. Para o líder do Chega, o PAN é o partido do proibir, proibir, proibir, ao mesmo tempo que não impede o aumento da carga fiscal. A porta-voz do PAN passou grande parte do debate a justificar as decisões do partido e repetiu as ideias que já deixou em cima da mesa em vários debates, sem apresentar novidades. Ventura acabou a esclarecer uma medida recentemente anunciada pelo partido sobre a obrigatoriedade de trabalho comunitário para quem recebe subsídio de desemprego. Parece que afinal já não é bem assim e ficou à vista um claro recuo do líder do Chega. Com o tom do debate mais dentro dos padrões tradicionais, André Ventura conseguiu ser mais certeiro na argumentação e Inês Sousa Real teve mais dificuldades em traçar as linhas vermelhas que o PAN invoca para se posicionar entre PS e PSD.

Martim Silva: Inês Sousa Real 3 – André Ventura 3

Um dia depois de António Costa, no debate com Rui Rio, ter colocado o PAN na primeira linha da política nacional, ao mencionar o partido como um parceiro ideal numa futura aliança de governação à esquerda, saída das eleições legislativas, Inês Sousa Real apareceu esta tarde na SIC Notícias para um frente a frente com André Ventura. Mas não se pode francamente considerar que este tenha sido um grande debate, ou sequer particularmente interessante ou estimulante. Ventura ainda tentou forçar a nota na falta de consistência de um partido que admite aliar-se ao PS ou ao PSD e até tentou roubar a Sousa Real o monopólio de defesa dos animais, dizendo “sou louco por animais”. Esta apresentou as suas causas, mantendo grande serenidade mas sem se revelar particularmente afirmativa.

Filipe Garcia:  Inês Sousa Real 3 – André Ventura 4

E ao último debate, André Ventura baixou o tom, mudou de expressão e deixou a agressividade em casa para enfrentar o PAN. Do outro lado, Inês Sousa Real voltou a ser incapaz de explicar se lhe é indiferente um governo PS ou PSD – embora tenha sido clara em traçar a linha vermelha em torno da aposta nos eucaliptos proposta pelo PSD –, de defender a proibição de touradas, caça e pesca desportiva ou, sequer, de conseguir afastar a imagem de partido das ‘taxas e taxinhas’. Ao longo do debate, o único momento complicado para o líder do Chega chegou mesmo quando Rosa Oliveira Pinto perguntou pela proposta que tem para que seja obrigatório trabalho comunitário a quem recebe subsídio de desemprego ou outro apoio estatal. Deu para tudo. Até para ouvir o líder do Chega dizer que “tem de se respeitar quem gosta de coisas diferentes”. Inês Sousa Real nem comentou. No final Ventura ganhou por falta de comparência.

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