Alexandre R. Malhado no seu artigo de opinião publicado ontem na revista Sábado já avançava que o episódio do Chega de retirar o apoio ao Governo Regional dos Açores era mais um episódio teatral de André Ventura, pois o governo de direita açoriano não ia cair pela mão desse anúncio do líder do Chega, mas que o gesto ia render o espaço mediático pretendido, mesmo que fosse necessário atropelar a autonomia açoriana pelo meio.
Na quarta-feira os jornalistas receberam no Whatsapp a mensagem do gabinete do deputado único do Chega a convocar uma conferência de imprensa com o título “Hoje, 16:30, nos Passos Perdidos. Tema: fim do apoio do Chega ao governo dos Açores.”
A direção nacional do Chega decidia retirar o apoio de incidência parlamentar ao governo regional, tudo dava a entender que seria o fim do entendimento à direita na região, mas hoje o deputado único do Chega nos Açores, veio contrariar o líder nacional, e afirmar que ainda havia negociações e a revelar a defesa da Autonomia. O que não deixa de ser estranho tendo em conta que em fevereiro, os deputados do Chega (na altura ainda eram dois) nem direito tiveram a entrar na reunião com o Presidente do Governo açoriano, conforme relato do ex-deputado do Chega, Carlos Furtado:
As ingerências e centralismos não se ficaram por aí, a quatro de fevereiro Ventura regressa aos Açores para falar com o Presidente do Governo, à porta fechada, onde o mesmo Ventura e o seu mentor Diogo Amorim (o pai dos centralismos e fascismos do Chega) nem permitiram a presença dos dois deputados eleitos na região, nesta mesma reunião.
Agora o líder do Chega recuou na postura que tinha adotado na quarta-feira passada, quando tinha garantido que a decisão era “fortemente definitiva” e que, “no que depender da Direção Nacional do Chega e do presidente”, o apoio ao Governo regional tinha morrido naquele dia.
O cenário (…) não está fechado, vamos continuar a articular, vamos continuar a trabalhar e vamos continuar juntos a exigir aquilo que foi acordado com o Chega e aquilo que é também a exigência da população nos Açores.
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