Pacheco Pereira responde às crónicas da direita radical “O problema deles é que também há gente que sabe muito bem o que não quer”

José Pacheco Pereira, comentou na sua crónica no jornal Público, a retoma de duas teses típicas da direita radical, ambas com a linguagem agressiva, e com a sempre presente vitaminação de Carlos Blanco de Morais. Uma das teses parecida com a de Diogo Pacheco de Amorim, vogal da Direção do Chega, sobre a necessidade de uma “guerra cultural”.

Pode-se perguntar a estes próceres da direita radical se há hoje uma ditadura dos socialistas, porque razão as Forças Armadas não “libertam” os portugueses do jugo da “extrema-esquerda?”

O ex-deputado do PSD diz que a grande diferença hoje é que discursos que estavam acantonados na extrema-direita passaram para a mainstream da direita, e no final da sua extensa crónica, ponto 13, escreveu:

Houve sempre quem tivesse saudades da Mocidade Portuguesa e dos seus “valores”, ou que achasse que o 25 de Abril foi o resultado de uma estratégia soviética, ou quem louvasse a ditadura e as suas virtudes económicas em contraste com a democracia, quem fosse machista e misógino, quem fosse homofóbico, quem fosse racista e xenófobo, mas estava num local obscuro falando para a sua corte. E não estou a falar de quem “passasse por ser” tudo isto, era quem era mesmo. A parafernália com que se decoravam limitava a sua influência, como acontecia com o então “homem das luvas pretas”. A questão hoje é que alguém anda a educar muitos ouvidos para esta canção. E não são inocentes úteis. É gente que sabe muito bem o que quer. O problema deles é que também há gente que sabe muito bem o que não quer.