Para desviar as atenções das várias polémicas que atingiram alguns deputados no Chega, André Ventura apresentou uma Moção de Censura ao Governo por causa da situação da empresa da qual Luís Montenegro foi sócio até junho de 2022 e que agora pertence à sua mulher e aos filhos de ambos. O líder do Chega fez várias acusações: “Este governo mais parece uma agência da Remax” e levantou várias suspeitas. O Primeiro Ministro defendeu-se até porque “a sociedade não teve nem tem qualquer imóvel” e a Moção de Censura não passou pois apenas teve os votos a favor do Chega e a abstenção do PCP.
Antes da votação, Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, foi o primeiro a reagir aos discursos, e depois de rejeitar a tese do conflito de interesses em relação a Luís Montenegro passou ao contra-ataque, perguntando a André Ventura quantos deputados tem na sua bancada com ligações ao setor do imobiliário – deputados que debateram na Assembleia da República as alterações à lei dos solos, como André Ventura não respondeu a seguir a esta pergunta, o presidente da bancada social-democrata declarou que ele mesmo iria entregar na mesa da Assembleia da República um documento em que “constam os nomes dos deputados do Chega” com interesses no ramo do imobiliário.
Os 4 deputados do Chega que foram denunciados como detentores de empresas imobiliárias foram Filipe Melo (é detentor de 50% de uma empresa com o próprio nome: António Filipe Dias Melo Peixoto Imobiliária), Pedro Pessanha (fechou a empresa imobiliária em 2024), Felicidade Vital (LXDOMI, LDA, uma imobiliária com sede em Lisboa, empresa agora gerida pelo marido, com quem é casada em comunhão de adquiridos, que detém 40%) e José Dias Fernandes (terá uma holding de gestão de património – a JOAM – nos arredores de Paris, em França).
Destaca-se o caso de Filipe Melo, que é coordenador do Chega na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação, onde se discutiu a Lei dos Solos, e José Dias Fernandes que é suplente nessa comissão.
Hugo Soares acusou líder do Chega de não escrutinar os próprios membros do partido que lidera e de “usar um critério para uns e um critério para outros”.
André Ventura admitiu pedir aos deputados que cessem participações em empresas imobiliárias, se se verificar que houve conflito de interesses por terem estado envolvidos na elaboração da lei dos solos.
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