Movimento Cidadão Diferente, movimento cívico de defesa dos cidadãos com deficiência intelectual/cognitiva que não se conseguem representar e suas famílias, não esconde a sua profunda indignação com a intervenção de João Tilly sobre a educação especial.
Uma troca de palavras entre o Bloco de Esquerda e o Chega sobre ensino especial causou polémica e marcou o debate ontem no Parlamento, pois o BE quer mais meios nas escolas para os alunos com necessidades especiais, enquanto que o Chega garante que o que é preciso é apostar no ensino daqueles que o partido designa como “alunos normais”.
Joana Mortágua apontou para um problema que se arrasta há anos que é a falta de meios financeiros e humanos nas escolas para acompanhar os alunos com necessidades especiais, mas o deputado do Chega João Tilly, para negar a falta de professores e dizer que a educação especial não devia ser mais especial nas políticas do que o ensino para os alunos a que chama de “normais”:
A educação ou o ensino, como nós chamamos, especial é importante. Mas, o ensino geral é muito mais importante e esse está esquecido e ignorado. Afinal, nós somos um país de alunos com deficiência ou somos um país de alunos normais? O que é que está a provocar este número incrível de tantos alunos com deficiência cognitiva.
Movimento Cidadão Diferente escreveu na sua página:
Denúncia das Declarações do Deputado João Tilly sobre Educação Especial
É com profunda indignação que denunciamos publicamente a intervenção do deputado João Tilly sobre a educação especial, cuja postura demonstra insensibilidade e desconhecimento sobre a realidade vivida pelos alunos com deficiência e suas famílias.
Diariamente, milhares de estudantes enfrentam obstáculos significativos nas escolas portuguesas, desde a falta de recursos adequados até à ausência de apoio especializado. As suas famílias carregam um fardo emocional e financeiro pesado, lutando por uma educação digna e inclusiva.
Declarações que desconsideram esta realidade comprometem os avanços pela igualdade no sistema de ensino e reforçam o estigma. Reforçamos a necessidade de políticas públicas inclusivas e apelo ao respeito e empatia por parte dos representantes.
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