Joacine Katar Moreira, deputada não inscrita, ex-Partido Livre, diz que vai apresentar queixa contra Vice-presidente do Chega, Pedro dos Santos Frazão, após “ataque” misógino no Twitter.
O dirigente e vereador pelo partido de André Ventura em Santarém publicou uma foto tirada na Assembleia da Republica, onde tapou duas letras com dois dedos para mudar a palavra “Descolonizar”, de um autocolante colocado na porta do gabinete da deputada, e escreveu:
“Senhora Deputada, prepare-se para desco**nizar a Assembleia da República! Se a porta ficar estragada pelo autocolante espero que lhe enviem a fatura do arranjo. Ciau, querida.”
A Doutorada em Estudos Africanos respondeu aos “Fachos” que comemoraram a sua saída do parlamento, o que motivou uma nova resposta do líder do partido de extrema-direita portuguesa.
Agora, em declarações ao Jornal de Notícias, Joacine Katar Moreira diz que vai recorrer a todas as instâncias, inclusivamente a Assembleia da República, e apresentar queixa judicial contra o vice-presidente do Chega.
A deputada diz que vai agir “em todas as organizações civis e judiciais” contra Pedro dos Santos Frazão, pois considera ser “um ataque” a ela “e a todas as mulheres”, e afirma tratar-se de “desfaçatez o ato de fazer aquela fotografia e um descaramento e à vontade de a publicar”:
É uma imagem que é absolutamente representativa de um partido que é racista e, ao mesmo tempo, misógino e homofóbico
A historiadora e ativista disse ainda ao mesmo jornal:
É preciso iniciar-se um combate mais forte porque comporta características e tem uma participação parlamentar que, obviamente, é absolutamente antifascista e antirracista. São mensagens que se vão alastrando, normalizando e sendo relativizadas
Há dois ou três meses assistimos aos ataques a Inês Sousa Real, que foi igualmente alvo de ameaças, de comentários misóginos, assim como também a outra deputada não inscrita Cristina Rodrigues. Por isso, é preciso lutarmos contra a impunidade.
Eles agem desta maneira porque têm certeza de que não lhes acontecerá absolutamente nada. Mesmo que as mulheres avancem com uma queixa, eles sabem que aquilo vai demorar meio ano ou ano até ser arquivado. É este ambiente de impunidade que está a permitir esta violência.
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