Cheganos Oficiais, Mário Machado, Pedro Pinto

Filho do militante do Chega morto em Odivelas acusa o partido de aproveitamento político de uma tragédia “Não havia Gangue. Não havia negros”

No dia 19 de julho de 2022, Eduardo, de 65 anos, militante do Chega, faleceu depois de ter ficar gravemente ferido numa discussão, dois dias antes, com um jovem num jardim de Odivelas. A tragédia tornou-se um caso nacional quando foi referida no Parlamento por Pedro Pinto, líder parlamentar do Chega, que disse na sua intervenção no debate do Estado da Nação que o militante do partido tinha sido morto por um gangue que ainda estava à solta.
O filho reagiu nas redes sociais no dia 20 de julho “movido pelo compromisso para com a verdade – e porque a disseminação de mentiras relacionadas com a morte trágica do meu pai se estava a tornar insuportável”: “o meu pai não terá sido atacado por um grupo, nem espancado de forma continuada, nem abandonado no local. Ao que tudo indica, o que aconteceu foi a pior consequência imaginável de um murro”.
Agora em entrevista à CNN Portugal, Hugo Lourenço revela como que ele e a sua família tiveram de lidar não só com a dureza de um luto de uma morte que havia ocorrido naquelas circunstâncias e como também tiveram de enfrentar toda aquela campanha de desinformação:

Nós sabíamos que não tinha sido um ataque de um grupo ou de um ‘gangue’, citando o deputado Pedro Pinto e as mensagens que foram disseminadas, e que havia um só agressor, que tinha agido no decorrer de uma discussão que se descontrolou e na qual a violência escalou rapidamente. Nós sabíamos que o agressor não era negro, mas sim branco. Mais ainda, sabíamos que ele já se tinha entregado à própria polícia e confessado, ainda antes da declaração do líder parlamentar, Pedro Pinto

O filho de Eduardo Lourenço diz que sentiu-se desrespeitado pelo Chega e pelos seus representantes, pois mesmo após a sua publicação no Facebook, mesmo após o partido Chega ter alterado as mensagens que escreveu sobre a morte do seu pai nas redes sociais, soube que na Folha Nacional, jornal do partido, do dia 23 de julho a morte do seu pai voltou a ser referida como um ataque de um grupo, e que André Ventura terá afirmado que tem de ser averiguado se o que aconteceu com o seu pai fora por motivação política, o que tanto quanto sabe, nunca sequer foi uma possibilidade real que a agressão que o vitimou possa ter ocorrido por razões políticas.
Passados 7 meses, Hugo Lourenço continua a sentir que foi feita uma tentativa de instrumentalização da morte do seu pai, quer pelo Chega, quer pela extrema-direita em geral, “procurando o aproveitamento político de uma tragédia”.
Segundo a CNN Portugal a investigação foi concluída e já existe uma acusação. O arguido, que se entregou às autoridades na madrugada dos factos, não vai ser acusado de nenhum crime de homicídio e está acusado de “um crime de ofensa à integridade física grave, agravada pelo resultado”. e as suspeitas relativas à omissão de auxílio foram arquivadas.
Entrevista na CNN Portugal.
Vídeo da intervenção de Pedro Pinto no parlamento no dia 20 de julho:

Mensagem publicada no dia 20 de julho por Mário Machado, que ainda se mantém:

Negros matam militante do Chega.
Um gang de negros atacou há 2 dias atrás num jardim em Odivelas, um conhecido militante do Partido Chega.
Infelizmente, Eduardo Lourenço não resistiu às agressões bárbaras e racistas e veio a falecer hoje no Hospital.
A nossa solidariedade e pesar para com a família Lourenço e o desejo que a Justiça seja feita rapidamente.
⛔️STOP BLACK CRIME!

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