Álvaro Beleza, Presidente da SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, que esteve na fundação da JSD nos anos 1980, faz a capa do Diário de Notícias de hoje com o título “O Chega é uma má moda. É ridículo copiar a agenda da extrema-direita europeia”. O militante do Partido Socialista, que continua a assumir-se como um socialista liberal, sobre a ascensão do Chega disse ao jornal que o partido de André Ventura é um bocado ridículo, porque a agenda, é copiada da extrema-direita europeia, e que não passará de um epifenómeno. Quanto à Iniciativa Liberal, acha que é um partido interessante:
Isto das modas é como tudo na vida. Um dia tinha que cá chegar a Portugal, essa moda europeia, que é uma má moda, mas… acho que é um bocado ridículo, porque a agenda, que é copiada da extrema-direita europeia, em Portugal não existe. Os imigrantes, nomeadamente os que vêm de África, chegam a Gibraltar e viram à direita e vão para Espanha ou para França, não vêm para Portugal. Nós não temos um problema de excesso de imigração. Nós precisamos de atrair mais imigrantes. É o contrário, até pela demografia. Portanto, isso é um disparate. Muito menos a comunidade cigana. Não é um problema português. Aliás ainda por cima nos deu a Portugal até grandes vultos, e olhe, um grande jogador de futebol, o Quaresma e outros. Isso é absolutamente ridículo, é fora de época. Acho que é um fenómeno extemporâneo e quando a direita se reorganizar e quando a liderança da direita for capaz de galvanizar o eleitorado da direita… acho que o Chega, sinceramente, não passará de um epifenómeno. Nós já tivemos o PRD que, como sabe, que era um partido mais estruturado e que estava próximo de um Presidente da República e que, mesmo assim, depois desapareceu.
Portugal é o país mais conservador da Europa em partidos políticos desde o 25 de Abril. O que é bom. Porque os partidos são essenciais à democracia. E a proliferação dos partidos é péssima para a democracia. Importante é que os partidos se abram. Por isso, é que eu sempre defendi primárias, por exemplo, e que todos os países europeus e todos os partidos europeus têm. Mas aqui em Portugal há uma certa resistência. E a SEDES defende isso, círculos uninominais e abrir o sistema. Isto é, os cidadãos entrarem nos partidos. Mas nos que existem. E isso é positivo porque tem de haver balizas ideológicas para o combate político. Não vale tudo. Nós temos de nos bater por ideias. Portanto, a ideologia faz sentido. Haver sociais-democratas, socialistas, comunistas, liberais – em Portugal há poucos liberais, agora há a Iniciativa Liberal, que é um partido interessante.
Portugal é muito antiliberal, isso é um problema português, também. E isso faz todo sentido.
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