Casal de septuagenários que está a ser julgado devido a ter servido um jantar no dia 24 de janeiro de 2021 a dezenas de apoiantes do então candidato presidencial André Ventura em Braga durante um dos picos mais críticos da pandemia mundial do covid-19, disse ontem em tribunal que só aceitou o encargo “por confiar” nas garantias dadas pelos dirigentes do partido Chega.
Teresa e Secundino Azevedo estão a ser julgados por acusação de desobediência, juntamente com o líder do Chega e os deputados do partido de extrema direita: Rui Paulo Sousa e Filipe Melo, na altura o mandatário nacional às presidenciais e o presidente da distrital de Braga, respectivamente.
Apesar de na véspera a Delegação de Saúde e a Proteção Civil não terem autorizado o jantar-comício realizou-se na mesma. Os donos declararam em tribunal que só serviram o jantar porque o deputado Filipe Melo, “Ele apareceu-nos a dizer ser sobrinho do falecido cónego Melo e nós acreditamos logo nele”: “Ter assumido toda a responsabilidade e entregar-nos uma declaração nesse sentido”
Primeiro queriam meter cerca de 300 pessoas dentro do restaurante, mas depois foram diminuindo o número de participantes, à medida que íamos chamando a atenção para o distanciamento, acabando por servir 120 refeições.
Teresa Azevedo reconheceu que “se vivia um caos” em termos de saúde pública mas que os “organizadores deram-nos garantias, de ser um evento político que se poderia realizar, entregando-nos até uma declaração, na qual se responsabilizavam por tudo”.
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