Internacionais, Jair Bolsonaro

Seguidores do ex-Presidente que apoia André Ventura planearam enforcar o presidente do Tribunal Superior

Os seguidores radicais do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que recentemente fez um vídeo a manifestar o seu apoio a André Ventura para as eleições legislativas de 2024, planearam enforcar em praça pública o juiz Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil. A revelação foi feita pelo próprio magistrado em entrevista publicada ontem pelo jornal O Globo:

Os golpistas tinham três planos. Um deles, o dos mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu devia ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes (em Brasília, onde se localizam o Supremo Tribunal Federal, o Congresso e o Palácio do Planalto, sede da presidência da República). Isso mostra o grau de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição. Houve uma tentativa de planeamento (do enforcamento em praça pública) e há outro inquérito que investiga isso, inclusive com a participação da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência, a “secreta” do Brasil, que Bolsonaro comandava de perto), que monitorizava os meus passos para quando houvesse a necessidade da minha prisão.

Alexandre de Moraes tornou-se o inimigo número 1 de Jair Bolsonaro ao impedir entre 2019 e 2022 que o então presidente do Brasil tomasse decisões ditadoriais que violavam a Constituição, e passou a ser alvo de ataques verbais violentos do então governante, que lhe chamou publicamente “canalha” e “vagabundo”.
O magistrado revelou à imprensa os 3 planos dos golpistas que em 8 de Janeiro de 2023 desencadearam uma série de ataques brutais contra sedes de órgãos de poder em Brasília para tentarem forçar uma intervenção militar:

O primeiro plano previa que as forças especiais do Exército me prenderiam num domingo e me levariam para algum local em Goiânia (capital do estado de Goiás, próximo de Brasília, onde se concentram quartéis de forças militares de elite e tradicionalmente de direita). No segundo, livrar-se-iam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio.

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