André Ventura, Catarina Martins, Cheganos Oficiais

João Miguel Tavares diz que se os deputados do Chega não querem ser acusados de racistas têm bom remédio “É deixarem de o ser”

João Miguel Tavares, cronista e comentador conotado com o espectro da direita política, diz na sua crónica no jornal Público que Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, tem todo o direito de chamar racista a André Ventura, pois “se os deputados do Chega não querem mesmo ser acusados de racistas, têm bom remédio – é deixarem de o ser”.
O escritor e ex-jornalista partilhou parte da sua crónica no seu Facebook:

No Público de hoje:
“Na noite eleitoral de 30 de Janeiro de 2022, Catarina Martins dirigiu-se aos jornalistas, como é da praxe, e disse isto: “À hora em que falamos parecem-me óbvias três coisas: em primeiro lugar, o PS terá maioria absoluta; em segundo lugar, o Bloco teve um mau resultado e, por último, que há deputados racistas a mais no Parlamento.”
A expressão “deputados racistas” deu origem a um processo de difamação interposto pelos 12 deputados do Chega contra Catarina Martins. (…)
A imunidade parlamentar de Catarina Martins não foi levantada, e bem.
Era o que mais faltava.
Como explicou Isabel Moreira, relatora do parecer votado na Comissão da Transparência, as declarações de Catarina Martins foram proferidas num “contexto de confronto político-partidário”, e imaginem o que seria se os deputados começassem agora a resolver os seus desagravos em tribunal de cada vez que ouvissem coisas de que não gostavam ou sofressem acusações que consideravam injustas.
Lá se ia o confronto parlamentar e a conflitualidade própria do debate democrático. (…)
Junte-se a isso o facto de não faltarem declarações de André Ventura – e até propostas concretas, como a do confinamento de ciganos durante a pandemia – que podem efectivamente ser classificadas como racistas.
E de até existir uma condenação transitada em julgado por ofensas ao direito à honra da família Coxi, do Bairro da Jamaica, numa decisão confirmada pelo Tribunal da Relação de Lisboa, onde se sublinha a existência de uma “vertente discriminatória” nas afirmações de Ventura, “em função da cor da pele”.
Se os deputados do Chega não querem mesmo ser acusados de racistas, têm bom remédio – é deixarem de o ser.”

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