A Assembleia Municipal de Lisboa esteve durante mais de 5 minutos interrompida depois de 2 agentes da Polícia de Segurança Pública terem entrado durante a sessão da 56ª Reunião plenária, acompanhados por um adjunto do Chega, para o deputado do partido de extrema-direita, Bruno Mascarenhas, apresentar queixa contra o deputado independente eleito pelo PS/Livre, Miguel Graça.
Tudo começou depois do deputado do Chega “emigrante em África”, Bruno Mascarenhas, ter na sua intervenção (ver vídeo em baixo), agradecido o chumbo da Mesquita do Martim Moniz por parte do PSD, depois da recomendação do Chega: “Era um perigo para a cidade que haja ali a questão do islão radical… A multiculturalidade não é mais do que defender a política de guetos”.
O deputado independente do PS/Livre, Miguel Graça, interpelou a mesa depois da “declaração racista e xenófoba” do deputado do Chega, pediu para que o excerto da ata com a intervenção de Bruno Mascarenhas fosse enviada à Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR) e relembrou que o racismo é crime em Portugal: “Associa a nova mesquita de Lisboa ao que ele chamou islão radical, isto é uma atitude racista, é crime de ódio”.
Depois da interrupção, seguiram-se protestos de quase todos os restantes grupos de deputados que não pouparam o Chega: “Inaceitável”, “Violação dos princípios da democracia”, “ataque direto à democracia”, “Denegriram a imagem da Polícia de Segurança Pública”, “Inadmissível”, “Ataque à democracia, ataque à PSP”, “Os 2 agentes foram embuscados por uma força política, que diz que os defende, mas foram enganados” … A deputada do CDS, Margarida Penedo, disse que o deputado do PS/Livre “teve razão em insultar de racista” o deputado do Chega: “o deputado do Chega tem de compreender que se liberdade de expressão tem deve assistir ao Chega para dizer o que entende, tem de estar aplicada da mesma maneira para ouvir as palavras mais brutais”.
A deputada do Livre, Isabel Mendes Lopes, subscreveu no final as palavras do deputado Miguel Graça: “A intervenção que o Chega teve foi racista e xenófoba, isto é um crime de ódio, e gostaria que ficasse registado em ata”.
Segundo a Presidente da Assembleia Municipal a Polícia não cumpriu a lei, pois não pode interromper a Assembleia de Lisboa, pois só a Presidente tem a competência para chamar a polícia dentro da Assembleia e a apresentação da queixa podia ser resolvida fora da sessão.
Intervenção do deputado do Chega e interpelação à mesa do deputado do PS/Livre (01:11:50) Interrupção dos trabalhos pela PSP (01:31:35)
Bruno Mascarenhas Garcia, Cheganos Oficiais, Miguel Graça
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