André Ventura ofendeu gravemente a memória de pessoa falecida ao colocar em causa a nacionalidade dos sete portugueses que perderam a vida na queda de um avião na Índia ao afirmar que eram “portugueses de passaporte comprado no supermercado”.
Aparentemente o líder do Chega não leva a sério os filhos dos portugueses nascidos nos territórios do antigo Estado Português da Índia, pois tanto no parlamento como nas redes sociais questionou a forma como estes “portugueses” obtiveram a nacionalidade sem nunca terem vindo a Portugal.
Talvez André Ventura não saiba mas são considerados portugueses de origem os indivíduos nascidos em Goa, Damão, Diu, Dadrá e Nagar-Aveli até 1961 (ou, em alguns casos, até 3 de junho de 1975), e essa nacionalidade pode ser transmitida aos seus descendentes, ou seja, filhos e netos.
O Polígrafo da SIC contactou o Instituto dos Registos e Notariado (IRN) que confirmou que seis dos sete cidadãos adquiriram a nacionalidade portuguesa por serem filhos de cidadãos portugueses nascidos nos territórios do antigo Estado Português da Índia.
Um dos casais de portugueses falecidos no acidente da Air India, em Ahmedabad, no Gujarat, foi notícia na imprensa indiana. Devji Lacmane, casado com Vanita Cana, nos seus sessenta, setenta anos nasceram em Diu, que foi território português, optaram pela nacionalidade portuguesa pois a constituição indiana não permite a dupla cidadania, e iam visitar os filhos a Londres.
Dezenas de portugueses morreram lutando em defesa do Estado Português da Índia durante a invasão indiana em 1961, que durou três dias, além de vários feridos e milhares de prisioneiros de guerra, conforme dados do Ministério da Defesa
Já o sétimo cidadão, nascido numa antiga colónia africana, obteve a nacionalidade ao abrigo do Decreto-Lei n.º 308-A/1975, de 24 de junho, um regime legal especial que regulou a situação de pessoas nascidas nas ex-colónias aquando da independência.
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