Francisco Louçã diz que os partidos e o presidente da Assembleia da República não têm lidado de forma adequada com o Chega. O economista afirma que para o PS o partido de extrema direita é o Euromilhões, pois na falta de uma resposta social, a possibilidade de convocar o medo que haja uma maioria de Direita com Chega é um seguro de vida e que António Costa usa o Parlamento para promover André Ventura como o seu contraponto.
Na entrevista que deu à TSF, o fundador do Bloco de Esquerda diz que o PSD está dividido e paralisado sobre o risco de ter de fazer um acordo com o Chega, mas não tem dúvidas que o fará sem um minuto de hesitação se as circunstâncias assim o empurrarem ou lhe permitirem.
O grande ideólogo do partido ainda coordenado por Catarina Martins afirma que aqueles que defendem que se deve fechar a porta ao Chega são os primeiros a violá-la, e dá o exemplo de Augusto Santos Silva e o Partido Socialista que começaram por dizer “ignoremos” e agora usam o “sublinhemos”.
Segundo Francisco Louçã o espaço da extrema direita não vai desaparecer pois são os fantasmas que estão escondidos na política da Direita portuguesa e que saíram de dentro do armário, que estava escondido, mas já cá estava e pode crescer: “O racismo, o ódio como uma forma de constituição de discurso, a organização de uma identidade agressiva, a desigualdade profunda, a promoção de negócios”.
O ex-líder do Partido Socialista Revolucionário diz ainda que toda a degradação da organização política, da democracia e da estrutura de decisão favorece esse discurso populista, que a esquerda tem uma enorme responsabilidade no crescimento de partidos populistas, e que se a esquerda quer enfrentar o populismo de Direita, só o pode fazer com uma ocupação do campo social e que os sindicatos têm de ser reinventados.
Entrevista de Francisco Louçã na TSF.
PODE QUERER VER TAMBÉM: |
|
Leave a Reply