Depois do “católico” André Ventura ter aproveitado para criticar a política das “portas abertas” e de ter afirmado que o sangue das vítimas estava nas mãos do governo como reação ao assassinato de duas mulheres no Centro Ismaili, em Lisboa, por parte de um refugiado afegão ismaelita, o Fórum de Organizações Católicas para a Imigração critica as “palavras de ódio e de intolerância” contra migrantes e refugiados.
Num comunicado enviado à imprensa a FORCIM critica todos os “discursos, comportamentos ou atitudes que fomentem o medo e a desconfiança, o xenofobismo e a discriminação”.
Comunicado da FORCIM:
Lamentamos profundamente que, face ao choque, tristeza e dor do que sucedeu na manhã do dia 28 de março, palavras de ódio e de intolerância contra pessoas imigrantes ou refugiadas, ou afirmações infundadas e de incitamento à suspeição sobre quem escolhe Portugal como país de destino para procurar trabalho e melhores condições de vida, encontrem espaço e volume na arena pública,
Continuaremos empenhados em promover a cultura do encontro e na consolidação de uma sociedade que se tem demonstrado aberta, acolhedora e solidária, rumo à coesão social e à inclusão de quem, independentemente do seu país de origem, procura refúgio e a oportunidade de uma vida digna.
É triste que este crime tenha ocorrido e que tenha vitimado inocentes que faziam o bem. Não são as políticas de imigração ou o dever de acolhimento dos refugiados que nos protegem de surtos psicóticos, nem estamos mais protegidos por procurar bodes expiatórios no desconhecido, sem justiça.
A FORCIM – Fórum de Organizações Católicas para a Imigração, é composto pela Capelania da Comunidade dos Africanos, Capelania da Comunidade Brasileira, Caritas Portuguesas, CEPAC – Centro Padre Alves Correia, Comissão Nacional Justiça e Paz, Comissão Justiça e Paz dos Religiosos, Coordenação Nacional dos Imigrantes Ucranianos, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos, Rede Hispano Lusa de Mulheres Vítimas de Tráfico, JRS – Serviço Jesuíta aos Refugiados, Obra Católica Portuguesa de Migrações.
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