André Ventura queria ilegalizar a IURD em 2017 mas em 2023 diz que o Chega tem os braços abertos para os receber

O líder do CDS desafiou André Ventura para um debate, no entanto o líder do Chega, à semelhança do que aconteceu com o desafio colocado pelo ex-líder da oposição interna, Nuno Afonso, preferiu usar o método que Ricardo Araújo Pereira usou consigo e fingiu que não é nada com ele.
Nuno Melo justificou o pedido de debate depois de André Ventura ter dito que o Chega tinha engolido 99% do CDS, e disse que mais depressa o Chega era engolido pela IURD.
O líder do partido de extrema direita, em entrevista ao Polígrafo da SIC, quando questionado sobre a sua relação com a Igreja Universal no Reino de Deus disse que há “uma grande presença evangélica no Chega, que é positiva, não só de portugueses como de brasileiros. E são muito apoiantes do Chega, alguns fazem parte de estruturas”.
André Ventura afirmou ainda que o Chega tem os braços abertos para quem quiser entrar para “quem fala de Deus. Queremos que quem acredita em Deus, quem acha que Deus devia ter presença no espaço público”.
Mas o ex-colunista do Correio da Manhã, no final de 2017, numa altura em que ainda era um militante do PSD e correndo o risco de entrar no domínio do Reino de Deus, tinha uma opinião diferente pois achava que a IURD deveria ser ilegalizada, pois o “Estado e religião não se devem tocar ou influenciar” e as “igrejas não se podem tornar em centros de alta suspeita de práticas criminosas”. André Ventura apontava na altura os múltiplos escândalos que envolviam a Igreja Universal do Reino de Deus: “Exibição ostensiva do dinheiro dos fiéis, desvio de capitais, fraude, branqueamento, criação de milícias e, recentemente, as suspeitas de manter uma rede internacional de adoção de crianças. Ou, em termos criminais, tráfico de menores”.