A Polícia Judiciária realizou hoje buscas em Cascais na sucursal portuguesa da Summit Nutritionals, empresa detida pelo ex-cônsul César do Paço que, em 2020, foi apontado numa investigação da Revista Visão como um dos financiadores do Chega.
Segundo informações recolhidas pela imprensa a PJ está a investigar alegados crimes de corrupção e branqueamento de capitais. No centro da investigação estarão suspeitas de corrupção a Luís Filipe Tavares, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, que nomeou César do Paço como cônsul honorário daquele país nos EUA.
Em declarações à revista Sábado, César de Paço diz estar convencido de que o processo teve início após a apresentação de uma queixa anónima por parte de José Lourenço, ex-líder da distrital do Chega no Porto, com quem se incompatibilizou, e estará relacionada com uma alegada compra de um carro para o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde:
>É com isto que tenho que lidar desde que conheci este senhor José Lourenço. Ele tentou extorquir-me dinheiro, não conseguiu nada e inventou. É por isso que tenho queixas contra ele em Portugal e no Brasil. Sei que a queixa é dele porque os documentos que enviou para a PJ enviou também para alguém que me conhece e que me fez chegar. Esperava que eu pagasse para não fazer a queixa mas como não tenho nada a temer não o fiz e ele avançou.
Em janeiro de 2021, a SIC divulgou a primeira da série de reportagens sobre o Chega e identificou César do Paço com um dos financiadores daquele partido de extrema-direita. O caso levou à demissão de Luís Filipe Tavares, que justificou o seu pedido de exoneração com a vontade de “poupar Cabo Verde” ao “desgaste” provocado pela associação de um cônsul honorário à extrema-direita portuguesa.
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