André Ventura e vários dirigentes do Chega nunca esconderam que são saudosistas de Salazar, e apesar dos seus apoiantes defenderem que o ditador era um homem humilde e incorruptível, a verdade não é bem assim.
O livro Salazar Confidencial da autoria de Marco Alves, jornalista da Revista Sábado, que vai estar à venda a partir do próximo dia 18 de maio, já se encontra em pré-venda e divulga várias cartas, arquivados na Torre do Tombo, enviadas a António de Oliveira Salazar por amigos, familiares, ministros, padres e figuras ilustres da elite do Estado Novo, com pedidos de favores, ajudas e cunhas para obterem cargos, promoções, casas em Lisboa ou pedido de intervenção a Salazar para todo o tipo de problemas, incluindo processos judiciais e casos de crime, violência e adultério envolvendo figuras notáveis da sociedade.
Segundo o autor Salazar acedeu a dezenas de pedidos e em alguns casos mais não estava a fazer do que a contornar as regras e a usar a máquina do Estado para resolver os seus problemas e os dos amigos.
Depois da Introdução, o Índice do “Salazar Confidencial” é dividido por vários capítulos: Como Salazar usava os meios do Estado na sua vida privada; as ofertas ao presidente do Conselho, os pedidos e as queixas dos ministros; As infidelidades no Governo e as ameaças com a PIDE; o Estado Novo como agência de emprego; como se movimentavam os familiares e amigos de Santa Comba Dão; as vantagens de ser visita de casa de Salazar; o tráfico de cargos entre a Assembleia Nacional e o partido único; os presidentes de câmara na mão do regime; como Salazar distribuía casas pelos protegidos; as estratégias para pedir empregos para os familiares; cunhas e favores para padres, bispos e freiras; as carreiras judiciais que se construíam em São Bento; como os militares, de todas as patentes, pediram promoções e favores; quando nobreza e realeza recorriam a Salazar; a mentira de Salazar: uma conclusão.
Resumo do Salazar Confidencial:
Durante quatro décadas, António de Oliveira Salazar recebeu milhares de cartas de amigos, familiares, ministros, padres e figuras ilustres da elite do Estado Novo. Mendigavam ao presidente do Conselho favores, ajudas e cunhas para obterem um cargo, uma promoção, uma casa em Lisboa ou uma palavra de Salazar para intervir em todo o tipo de problemas, incluindo em processos judiciais e em casos de crime, violência e adultério envolvendo figuras notáveis da sociedade.
É a primeira vez que toda a correspondência particular enviada a Oliveira Salazar é tratada para um livro, numa investigação exaustiva sobre 2446 processos individuais, de onde se analisaram 70243 páginas de cartas, relatórios, currículos e fotografias.
Os documentos mostram os surpreendentes bastidores do Estado Novo, expondo a intimidade de um regime sustentado em cunhas e favorecimentos pessoais. E revelam como Salazar, apesar da reputação que construiu de ser ético e rigoroso, não se coibia de usar os privilégios do cargo e a máquina pública para resolver os seus problemas e os de quem o rodeava.
A HISTÓRIA SECRETA DA REDE DE CUNHAS E FAVORES DO ESTADO NOVO.
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