Cheganos, Cheganos Oficiais, José Lourenço

José Lourenço desfiliou-se do Chega “A incoerência e falta de vergonha são irmãs gémeas dos vendidos”

José Lourenço, que estava suspenso do Chega por 90 dias e corria o risco de expulsão devido a declarações captadas em vídeo durante a organização da manifestação contra a ilegalização do partido, onde terá, segundo a imprensa, ofendido e ameaçado membros do Chega, desfiliou-se do partido, e pelas reacções no seu Facebook, não terá sido o único a seguir pelo caminho da desfiliação.

O ex-militante do Chega, que era um dos homens de confiança de André Ventura, já se tinha demitido em janeiro, depois das eleições presidenciais, da liderança da distrital do Porto, alegando motivos pessoais.

José Lourenço, que foi um dos alvos da investigação da SIC sobre o Chega e a extrema-direita, fez parte da comitiva de autocarros vindos do Porto (segundo o próprio seriam 420 pessoas) para marcar presença no passado dia 18 de abril na manifestação do Chega contra a ilegalização do partido e na sua página do Facebook comentou sobre as pessoas que fizeram mais de 600 km para estarem presentes, onde também mostrou-se agradecido àqueles que nunca o abandonaram.

Alguns dias depois da viagem até Lisboa, no dia 21 de abril, escreveu na sua página uma mensagem onde dava a entender que não tinha sido bem recebido, no entanto sem revelar por quem:

Quem não sabe receber, devia estar proibido de convidar.
Ser mal recebido uma vez, culpa de quem convidou. Ser mal recebido uma segunda vez, culpa minha. Seguramente que não haverá uma terceira vez.
O som do silêncio será meu. Para já.
JL

Hoje, depois de ser noticiado na imprensa a sua desfiliação do Chega, escreveu no seu Facebook:

Gosto do mundo como ele é, com cores e cheiros, com pessoas bem formadas e mal formadas.
A incoerência e falta de vergonha são irmãs gémeas dos vendidos. Todo o homem que se vende, vale sempre mais que aquilo que recebe, porque não vale nada.
Desde que disse que ia dar uma conferência de imprensa, que muitos demonstraram os homens que são e as pessoas desapegadas de poder. Foram homens e mulheres que assumiram comigo um posicionamento que nunca poderei esquecer. Centenas de mensagens de WhatsApp e Messenger, assim, como telefonemas.
Outros, deram o dito por não dito, pareciam cata-ventos.
O mais importante de tudo, nunca disse a ninguém o que vou dizer. Se bem, se mal. Se concordo ou discordo da minha suspensão. Se a aceito ou não aceito. Se quero continuar na política ou não.
Uma coisa eu sei, o Porto ainda é Porto e aqui ainda tenho gente da minha gente. Só uma Concelhia das 18 não me mostrou apoio inequívoco.
Calma, só podem descansar depois de eu morrer, até lá, ainda estou vivo.
Acima de mim, ou de alguém, está o meu país, personificado por uma caravela quinhentista.

José Lourenço promete uma conferência de imprensa na próxima quinta-feira dia 6 de Maio.

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