Cheganos Oficiais, José Manuel Faria

Concelhia do Chega e candidato do Chega à Câmara de Amares trocam acusações para justificar a derrota

Apesar de ter sido o segundo município do Distrito de Braga onde o Chega conseguiu o melhor resultado (o dobro da média do Distrito), a Concelhia do Chega de Amares, liderada por José Peixoto, e o candidato do Chega à Câmara Municipal de Amares, José Manuel Faria, trocam acusações para justificar a derrota: “nítida falta de respeito”, “é ignóbil da sua parte” vs “partido sem expressão social, com muitas reservas ideológicas na nossa sociedade e, para agravar, sem o mínimo de organização concelhia, sem planeamento, sem recursos, sem noção de um projeto autárquico e, ainda, com muita gente focada, essencialmente, em dogmas doutrinais e desfocada do projeto”.
O Chega de Amares escreveu ontem na sua página no Facebook:

COMUNICADO
A Concelhia do CHEGA (CH) em Amares, demarca-se do ex-candidato José Manuel Faria.
Em entrevista ao periódico Jornal O Amarense, José Manuel Faria traçou um conjunto de considerações que levaram a concelhia do CH em Amares a repudiar a sua conduta por manifesta falta de humildade, contrariando os valores que o CH defende.
José Manuel Faria, militante (28265) do CH, referiu em entrevista ao Amarense que a campanha tinha sido vazia. Ora, importa referir que a estratégia da campanha foi traçada pelo próprio candidato, não fazendo, por isso, qualquer sentido estas lamentações, até porque, advogando em si um profundo conhecimento político, levou o CH a acreditar em si e assim, deveria ser ele a equacionar todas as probabilidades a fim de contrariar o que refere ser um vazio.
A Concelhia de Amares considera grave e uma nítida falta de respeito o comentário sobre a “falta de exigência do Povo e que continua a ser usado e não assume a sua responsabilidade democrática na construção de um novo concelho”. O povo é soberano devendo-se respeitar a ideologia de cada um e não passar um atestado de incompetência ou ignorância por não se conseguir um melhor resultado. O candidato deveria procurar ajustar a sua mensagem, de forma a convencer o eleitorado com convicção e de uma manifesta vontade para a mudança.
Também reclama sobre a pouca aceitação do partido que o apoiou. Ora isto é ignóbil da sua parte, quando o partido aceitou, excecionalmente e a seu pedido, que os outdoors contivessem apenas a sua imagem e uma referência pouco expressiva do símbolo do CH, procurando passar a imagem de um candidato independente apoiado pelo CH, que resultaria melhor, sendo quiçá, um dos únicos outdoors do pais sem a imagem do líder André Ventura, por isso, esta sua afirmação não tem qualquer fundamento.
Ainda refere, “pela falta da máquina partidária que lhe desse o impulso necessário”, mas esquece-se que, os militantes do CH foram uma presença constante na sua campanha e por mais voltas que se dê, os resultados falam por si, podendo-se constatar que a candidata à assembleia, sem qualquer impulso, na dimensão que lhe foi dado, obteve em todo o concelho, inclusive na terra natal do ex-candidato, uma maior expressividade de votos. Por isso não será com a melhor ou pior pintura que se vende um quadro, mas sim, com a forma como se convence o comprador.
Um bom líder é aquele que distribui os louvores entre os seus seguidores e sabe assumir sozinho os desígnios da derrota, a isto se chama ser humilde, por saber aceitar democraticamente os resultados do escrutínio eleitoral, sem necessidade de procurar no CH o bode expiatório para as suas fraquezas.

Cerca de uma hora depois, José Manuel Faria escreveu na sua página:

Acabaram as eleições autárquicas!
Não quero arranjar desculpas, mas, também, não desculparei!
Como candidato à Presidência da Câmara Municipal de Amares, saio derrotado. Sou derrotado e assumo, apenas nos resultados, os quais expressam o sentido de voto democrático dos Amarenses mas, contudo, tenho a certeza, saio vencedor pelo projeto, pelas ideias e pela convicção que apresentei e, ainda, pela demonstração de coragem, atitude e visão estratégica que propunha para o concelho!
Lamento o domínio do folclore e a falta de debate, e, também, a continuada falta de exigência do povo amarense, o qual continua a preferir estar na mão dos políticos, para ser “usado” do que colocar os políticos a depender da sua livre e justa avaliação!
Fui apoiado pelo partido CHEGA, o qual me proporcionou a oportunidade de apresentar e defender o meu projeto, o que agradeço!
Foi pena tratar-se de um partido sem expressão social, com muitas reservas ideológicas na nossa sociedade e, para agravar, sem o mínimo de organização concelhia, sem planeamento, sem recursos, sem noção de um projeto autárquico e, ainda, com muita gente focada, essencialmente, em dogmas doutrinais e desfocada do projeto e da importância que o mesmo representava para o concelho de Amares.
Salvaram-se as cinco ou seis pessoas que, de forma responsável e consciente da missão, foram solidárias, leais e enormes na resiliência, que permitiu acabar esta campanha com dignidade!
Contudo, era uma candidatura comprometida seriamente com todos os Amarenses, com um projeto sustentado em pontos fortes, que seriam fundamentais para o desenvolvimento do concelho. Era um projeto sem conotação partidária, sem ideologias partidárias, sustentado pelo conhecimento do território e das pessoas e, por isso, com uma identidade própria e preparado para ir de encontro ao benefício das pessoas, instituições e empresas do concelho, através de um serviço público de excelência, criando mais proximidade e eficácia; que privilegiava a qualidade de vida e ambiente; que defendia maior empreendorismo, criando emprego e riqueza para o concelho e para as famílias, maior e melhor organização na ação e apoio social; e, essencialmente, com visão e planeamento, visando a organização e desenvolvimento do concelho e maior capacidade para estruturar o concelho para os novos desafios e os novos tempos.
Não consegui mas ficou o alerta e, também, obriguei, os adversários políticos, a intensificar o folclore, a aumentar as promessas e, como consequência, aumentar o empenho no trabalho!
Eu agradeço a todos os que me ajudaram a fazer este caminho, o qual, por imperativo de consciência, me propôs fazer, contribuindo para o aumento da minha cidadania e a intensificação de um orgulho maior no meu concelho e nas suas pessoas, as quais muito me respeitaram!
Estou orgulhoso!
Acabo por felicitar, publicamente a Dra Carla Vieira Fernandes e o Dr. Jorge Afonso, membros eleitos pelo partido para a Assembleia Municipal.
Eles, como eu e todos os que contribuíram para a campanha, aguardamos um telefonema, da Distrital e da concelhia do partido CHEGA, agradecendo o contributo dado, em sua representação.
Bem hajam!

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