André Ventura foi hoje a tribunal para se defender da acusação de sete membros de uma família residente no Bairro da Jamaica a quem se referiu como “bandidos” durante um debate da campanha presidencial de 2021 contra Marcelo Rebelo de Sousa.
Interrogado pela juíza Francisca Preto, no Palácio da Justiça, o líder do Chega afirmou que voltaria a dizer o mesmo, justificou as suas palavras com a dinâmica do debate político, alegou que recorreu a uma fotografia que estava disponível na internet e argumentou que o objetivo político não era retratar pessoas de forma negativa nem ofender e humilhar. André Ventura assumiu total responsabilidade pelas declarações e recusou as acusações de racismo, argumentando que estava a referir-se a uma situação que nada tem a ver com tom de pele ou a nacionalidade das pessoas, e defendeu que não precisa de pedir desculpa, por entender que não errou.
Na acusação, uma das requerentes, Vanusa Coxi, disse que se sentiu ultrajada porque metade das coisas que foram ditas no debate não são verdade e afirmou que a forma como o ex-comentador da CMTV classificou a sua família foi uma ofensa e ultrajante, pelo que requer um pedido de desculpas:
Ele foi a um debate televisivo, proferiu as palavras que proferiu, foi movido um processo contra ele e mesmo assim conseguiu vir aqui e dizer que faria tudo novamente. Ele diz que tem liberdade de expressão. Tudo bem, todos nós temos. Mas a liberdade de expressão termina quando ofende a honra e a integridade e bom nome de alguém, que foi o que ele fez. As declarações dele ofenderam esses princípios. Foi contra a lei, está explícito. Não preciso de ser advogada para saber isso, basta ir ao Google.
Depois da audiência que durou cerca de duas horas e meia, a juíza anunciou que as partes serão notificadas da sentença por escrito.
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