Joacine Katar Moreira comparou hoje nas redes sociais o caso em que André Ventura, há dois anos, a “mandou para a sua terra”, e o caso do deputado do partido de extrema-direita francesa, que esta semana mandou o deputado do partido França Insubmissa, Carlos Martens Bilongo, “regressar a África”.
A ex-deputada do partido Livre questiona a medida que o parlamento português tomou, que inicialmente anunciaram “aos media que iam fazer um voto de condenação mas depois reuniram-se e desistiram de uma condenação oficial para não ‘dar visibilidade'” ao líder do Chega, em contrapartida com a decisão do parlamento francês que decidiu por maioria suspender por 2 semanas o deputado do partido de Marine Le Pen.
A Historiadora Doutorada em Estudos Africanos mão perdeu também a oportunidade para comparar a forma como os média portugueses trataram o seu caso, como uma “resposta”, enquanto que os media estrangeiros chamaram ao seu caso Racismo.
Lembram-se quando era deputada no parlamento português e o deputado de extrema-direita André Ventura mandou-me para a minha terra por ter apresentado uma proposta sobre descolonização e restituição de obras coloniais?
Não foi assim há tanto tempo. Foi há apenas dois anos. Os media Portugueses apelidaram a declaração racista de “resposta”: “Ventura responde a Joacine”, ao passo que os media estrangeiros chamaram-lhe de Racismo.
E sabem qual foi a resposta do parlamento português, na altura presidida por Ferro Rodrigues? Anunciaram aos media que iam fazer um voto de condenação mas depois reuniram-se e desistiram de uma condenação oficial para não “dar visibilidade” a André Ventura. Lamentei essa decisão perante uma declaração racista e xenófoba e perante a passividade e normalização que veio nomeadamente da parte da esquerda portuguesa (!). A extrema-direita dois anos depois consegue aumentar vertiginosamente o número de deputados no parlamento português ao passo que a esquerda, que não lhe quis “dar visibilidade” perdeu grande representação política.
No parlamento francês, o deputado @cm_bil Carlos Bilongo, de origem congolesa, foi mandado para a sua terra, os deputados reagiram e a sessão foi interrompida (ver vídeo nos comentários). O presidente da república reagiu, as associações anti-racistas manifestaram-se e o deputado foi suspenso e ficou com corte de salário. 🙌🏽
Há quem esqueça e há quem não consiga esquecer.
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