Henrique Viçoso Freire (vereador da Câmara Municipal do Seixal), Henrique Rodrigues e Soraia Rosário (deputados da Assembleia Municipal do Seixal), Nuno Rodrigues (deputado na Assembleia de Freguesia do Seixal, Arrentela e Paio Pires) e Pedro Costa (deputado na Assembleia de Freguesia da Amora) abandonaram o Chega e passaram a independentes.
André Ventura tinha retirado a confiança política na semana passada a Márcio António de Souza Oliveira (vereador de Sesimbra que se tinha demitido do Chega no final do ano passado) e a Henrique Freire, no entanto o vereador de Seixal esclarece que foi ele também que se afastou do partido.
Apesar do líder do Chega ter garantido que os deputados municipais em ambos os concelhos se mantinham “firmemente leais e inabalavelmente ao lado do Chega”, a verdade é que no Seixal, os deputados municipais revelam agora outra posição.
Num comunicado enviado à imprensa os 5 autarcas referem “a pressão interna sofrida e a ameaça de processos disciplinares” e esclarecem algumas posições:
Ao contrário do divulgado pela direção, o vereador eleito pelo Chega para a Câmara Municipal do Seixal, bem como o seu congénere em Sesimbra, afastaram-se do partido (e não o contrário) após as primeiras votações (e essencialmente por causa das mesmas) nos órgãos autárquicos.
Quem se abstém no orçamento da CDU, ainda que sendo leal com o eleitorado que o elegeu, é ostracizado, quem aprova o orçamento socialista é elevado aos altares. Seria no mínimo, estranho, não fosse o pacto silencioso entre o Chega e o PS.
Apontam o dedo ainda ao novo assessor, o líder da Distrital de Setúbal, Luís Maurício:
Um indivíduo que é completamente impreparado em termos políticos, sociais e culturais, sendo que a única característica que o define e o segura ao lugar é o facto de ser extremamente competente na disciplina partidária, ou seja, demonstra uma fidelidade cega, para não dizer absoluta, ao chefe, assim como uma bacoca subserviência que até embaraça.
O ‘culto ao líder’ tem-se intensificado, acompanhado por um chorrilho de chavões e frases feitas, bem ao jeito ‘Goebbliano’, muitas vezes sem qualquer conteúdo ou o mínimo de contacto com a realidade.
Os autarcas eleitos pelo Chega acusam o partido de André Ventura:
De condutas contrárias ao que se propala, negociadas no escuro dos gabinetes, que é como quem diz: públicas virtudes, vícios privados, que têm feito do PS como que a mão por detrás do arbusto no Chega.
Hipocrisia e cinismo político ao mais alto nível. Um profundo vazio, uma ausência de ideias assustadora, reforçada com propostas de saneamento das vozes discordantes e os típicos jogos de poder pela disputa de lugares nas listas. Mais uma vez, a representação do pior que os partidos têm. Um deslumbramento completamente irracional tomou conta do partido. As lideranças instaladas nas concelhias optam por metodologias tirânicas e totalitárias.
A disciplina partidária confunde-se com militarismo e obediência cega, semelhante ao que é exigível a membros de uma seita, sem contestação e sem questionamento.
Acusam ainda o Chega de apresentar no Parlamento “propostas de lei que se sabe de antemão não serem aprovadas, apenas e só para poder capitalizar o voto de descontentamento”.
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