Bruno Candé, ator que pertencia à companhia de teatro Casa Conveniente, de 39 anos, foi assassinado no dia 25 de julho de 2020 em plena via pública, por Evaristo Marinho, acusado de Crime Racial. André Ventura, líder do Chega, reagiu no dia seguinte às acusações:
O que há no assassinato de Bruno Candé é uma tragédia, não racismo! Portugal não é um país racista, acabem lá com essa ladainha. Se for preciso, o CHEGA sairá novamente à rua para demonstrar isso mesmo!
À família e aos amigos, as minhas orações e sentimentos estão convosco!
O julgamento de Evaristo Marinho começou na quinta-feira, com o acusado a confessar ao Tribunal de Instrução Criminal de Loures ter assassinado Bruno Candé, ao ter disparado contra ele, que estava sentado a cerca de metro e meio de distância, seis tiros: “Quando vi o riso dele em tom de gozo perdi a cabeça”.
A juíza Sara Pina Cabral questionou o o auxiliar de ação médica reformado se o ator tinha dito alguma coisa antes, mas Evaristo Marinho respondeu que não: “Passei-me dos carretos” e que sobre qual era o objetivo, disse apenas: “Não sei responder”, mas que a intenção não era matar: “aconteceu”.
Evaristo Marinho disse apenas que tinha a lamentar tudo o que se passou: “Ninguém tem o direito de tirar a vida a ninguém. Foi uma coisa que aconteceu muito bruscamente”. Quando confrontado com as acusações de racismo por parte do Ministério Público, negou a acusação: “Isto é tudo uma aldrabice completa, a começar pelo inspetor da PJ que meteu palavras na minha boca que eu não disse.”
A juíza citou algumas frases descritas no despacho: “Vai para a tua terra, preto!”; “Tens toda a família na sanzala e devias também lá estar”; “Fui à c*** da tua mãe e daquelas pretas todas! Eu violei lá a tua mãe!”; “Anda cá, que levas com a bengala, preto de merda!”
Fábio Gaspar, que presenciou a discussão de Evaristo Marinho com Bruno Candé uns dias antes da morte, e que chegou a agarrar o reformado porque estava exaltado, disse em tribunal que o ouviu ameaçar que o matava.
A dona da loja de roupa em frente ao local do crime também presenciou, cerca de um mês antes, Evaristo Marinho a usar as mesmas expressões contra Bruno Candé.
Quanto à arma do crime, o arguido disse que a tem há mais de 20 anos e que a limpa de seis em seis meses, que estava guardada numa mala dentro do armário com um código e, antes de sair de casa no sábado em que disparou contra o actor, colocou-lhe seis balas.
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